Equipment & Urban planning

Concurso Museu do carnaval Torres Vedras

Da proposta para o Concurso de concepção para elaboração do Centro de Artes de Carnaval, destaca-se a reabilitação das construções actuais mais representativas e a construção de uma nova edificação, face às correspondentes funções e condições de inserção no local.

 

Propõe-se um edifício que construa a transição entre a paisagem acidentada da escarpa e o volume do edifício existente a manter, deixando-se contaminar por ambos, sendo estas as principais circunstâncias que ditam a forma e os volumes da proposta.

Pretende-se estabelecer uma relação de forma coerente, criando um corpo ligante, aos elementos existentes e à esfera que surge inequivocamente como elemento fundamental.

 

A escarpa imprime uma certa circularidade ditada pela sua orografia, reproduzindo a forma e resultando dela, como se de uma explosão se tratasse, uma esfera repleta de força e impacto visual. No cimo da esfera, estende-se um terraço panorâmico, proporcionando uma vista majestosa sobre a cidade.

 

O terraço faz a restituição dos olhares das janelas e varandas que assistiam aos desfiles do Carnaval e pela sua acção parte integrante do corso.

O interior da esfera com 160.00m2 coincide criteriosamente com o que destacamos para área de exposição permanente. De ambiência um pouco escurecida propicia à projecção de vídeos mais relevantes sobre o carnaval, visualizações gráficas de vários tipos.

 

O acesso à esfera é feito no interior por um elevador central e o seu alcance é induzido na área de exposição temporária, através de uma espiral. 

 

Não se pretende a criação de um espaço muito sereno, até talvez se procure catalisar no visitante uma certa agitação, também ela própria do Carnaval.

 

Toda a proposta se desenvolveu conceptualmente através de um percurso incitante ao seu utilizador, do qual é difícil escapar e que proporciona aos visitantes trajectos determinantes, com lógica e objectivos definidos. Existem aspectos estabelecidos no desenho arquitectónico que fazem os utilizadores sentirem-se orientados para determinado percurso e objectivo a atingir, tais como, a referida espiral, um conjunto de rampas, a luz natural ou a forma.

Ao mudar o conceito de museu para Centro de Artes, inevitavelmente muitos conceitos e definições se arrastaram nessa alteração.

Existe também a particularidade de não se exporem obras de arte tradicionais como pinturas ou esculturas, mas antes peças de Carnaval, que viveram em contexto popular e quase sempre de rua. A rua que foi o primeiro cenário e palco desses objectos enquanto vividos e por essa razão todos os espaços têm características que nos remetem para o espaço rua, nomeadamente a visibilidade do exterior ao nível do pavimento na sala de exposições, ou do céu na maioria dos espaços e ainda o pavimento em calçada nas rampas a sugerir um passeio.

 

Consideramos que a sustentabilidade é na actualidade uma das maiores responsabilidades no acto de projectar, e um desafio quanto à sua aplicabilidade de modo visualmente atraente. Por essa razão houve na intervenção a preocupação constante em ocultar o que é menos apelativo, como os painéis fotovoltaicos e os colectores solares por detrás de um plano que os oculta nas fachadas principais e cm coberturas e fachadas vegetais que mantêm a temperatura do edifício equilibrada e que simultaneamente são agradáveis visualmente. 

Plantas

A reabilitação do edifício existente, é já em si ecologicamente sustentável, através do aproveitamento de recursos e materialidades existentes; no entanto, muitos outros critérios pretendem-se implementados, nomeadamente: A utilização de materiais construtivos locais, naturais e recicláveis; aproveitamento da energia solar não só para o abastecimento de electricidade através do fotovoltaico, mas para o aquecimento dos espaços, para o arrefecimento prevemos ventilação natural através de aberturas elevadas que diminui a necessidade de ar condicionado; redução da iluminação artificial através dos vãos estrategicamente posicionados e dimensionados na intervenção, sombreamento através da inclusão de uma pala ampla a poente; implementação de um reservatório para captação das águas pluviais para uso sanitário além da reciclagem de águas para a rega, redutores de consumo, entre outros.

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